15 outubro, 2024

Ora, ora!


 
rosto que olha
devorado por seu diante.
 
escama solta
 
vai a sarda direcionada
ao encontro da réplica de si,
musical, assobioma
 
resiste em alto peregrino
alcofa de ser e pilha
omissa luz do latíbulo.
 
Gamizado Jano, intermitentes figuras
póstumo postal antigo de duas faces 
aplicação caracol, pulga, percevejo
 
Mente indo oculta
serpente, tripa e tela
meandrando as plataformas de memória
 
uma fé em foz no passadiço
queratinizado, aperto e pressão evaporada
na ausência cristal.
 
Ofertai da saliva o gosto
sem insurgir o que do sovaco
se esconde na ciência abrupta
de seus pelos.
 
Mostrai compaixão pelo remédio
das sibilas de alta ciência,
dilatórias, enfezadas 
pelos castigos, círios eletrónicos no estonteio 
em todos os ses, em todas as sés
deste porrajmos, deste holocausto.
 
Deixai a mércia. Deixai a venda.
Está tudo cego.


Aurelino Costa