Anxo Pastor
Sindbad
L’aria
di giorno in giorno si addensa intorno a te
di
giorno in giorno consuma le mie palpebre.
L’universo
s’è coperto il viso
ombre
mi dicono: è inverno.
Tu
nel vergine spazio dove si cullano
isole
negligenti, io nel terrore
dei
lillà, in una vampa di tortore,
sulla
mite, domestica strada della follia.
Si
stivano canapa, olive
mercati
e anni… Io non chino le ciglia.
Mezzanotte
verrà, il primo grido
del
silenzio, il lunghissimo ricadere
del
fagiano tra le sue ali.
Sindbad
O
ar de dia para dia se adensa em redor de ti
de
dia para dia consuma minhas pálpebras.
O
universo cobriu o rosto
sombras
dizem-me: é inverno.
Tu
no inocente espaço onde se embalam
ilhas
negligentes, eu no terror
dos
lilases, numa labareda de rolas,
sobre
a suave, doméstica estrada da loucura.
Carrega-me
cânhamos, azeitonas
mercados
e anos... Eu não baixo pestanas.
Meia-noite
virá, o primeiro grito
do
silêncio, o tão longo recair
do
faisão entre as asas.
(tradução
: josé tolentino mendonça)