06 outubro, 2001

como ter saudades em pleno aeroporto?


águas léveis,
uma sideração brutal contra a parede
poema inchado de força mas pouco
 
sereno à lasca de voz demissa
retintando em falsete o destino
 
nada de pouco
 
denso, o nevoeiro português
se transferido à retaguarda
pobres artes de o ser
diante da luz temível
 
as facas vão no peito
de abraçar
 
como ter saudades em pleno aeroporto?
 
 
 alberto augusto miranda