02 janeiro, 2013

Triunfo dos Porcos

 
Faça a gadanha sua acroamática, seu carnet, porte, em potência e orgulho, seu trabalho sibil, resista o Ar, sem a mais diminuta das adendas, ao triunfo dos porcos, salvos estejam quando sem Vara. De ouvir dizer, os porcos, em fonética, unfam. Cada Porco emite os seus Unfos. Sendo Três…, ó George, que Tri-Unfo!
 
O equivalente, ou vertimunho da Vara, no eido da animalidade humana, redundará Sociedade? Em Avis, cercanias, cabeçou na minha existência um périplo afetivo, aos Porcos retinente, obrigando-me ao desconfio das taras que erotizam muitas viagens à Mealhada. A invocação de Baco negligenciava o Bacoro. Qual, invertido maneiramente, deslumbrou a indústria de fora, ou forense, com os Fornos Crestatórios. Nesse Alto do Alentejo, uma das componentes da Vara, mesmo sem áudio-discursos, instanciou-se no carreiro que me levava à fluidez, planície da divagação. Ia o porco só, na consciência cúmplice de também eu ser um desva(i)rado, comendo os pós que a energia de ambos levantava, sem nunca, o pasto da andança ficar coberto pela bosta apocalíptica da mais-valia.
 
Poderá o Porco, fora da Vara e da Quinta, adquirir Persona, como os animais com quem bebo? Pouco me importa o Wilde em drama, mesmo a voyeuse Salomé não me impede de lhes creditar um nome, em atributo acústico, na saturação dos raios que deflagram individualidades – remansem elas de Porco ou de Orwell. A política designada aos “outros animais”, é conformante de ajuntamentos. Saberemos um Porco fora da Vara?, Um Peixe outsider do Cardume?, Um Lobo desiludido com a Alcateia? A clínica, mesmo em olho sem ogiva, manancía bio-entidades, cujo relevo não se encontra em nenhuma espargida pedra neolítica.
 
Sair, no rural andante, está no Gado como ofício. Nas pedras extenuadas, direi Corpo de Corpos?, onde qualquer  graffitti é mera redundância ou, em favor da populacina, mero pleonasno, os que  se abeiram à chega não constatam as atribulárias do verdario. Além da Saída do Cortelho, o Gado, se for reverberante, está plausível de Parar.
Uma Vaca que Pára desanda.
Entendi, mesmo nas transumâncias, as assim paragens que altifalavam as ruminantes cercas de Olhar Para O Mesmo Todos Os Dias, sem detenças na voz genético-grave que eu palpava em contraversão. O Lombo Que Parou em minha acústica, estava possuído pela célula ex-órbita dos chumaços, embora me tivesse mirado com transvio, aí diagnosticando eu uma esteira conservativa, excecionalmente plúmbea, cujos laivos de arremeter me poderiam fracionar, abster-me do batismo. Foi suave o pânico que antecedeu a natalidade, chamei-lhe, sem cânone nem pia, Eulália, minha Eulália, ó Eulália Beça!
 
Em outras alfândegas, de forma menos regurgitada, sem precisão de retrovisor molecular, batismei a empática galinha do arvoeiro: Marinácia Diogues, e o resiliente cão laboreiro: Silvano. Esta sequela, onde o embrulho conceptual rasava o homo em ligação, ou Homolia, escreveu extensos parágrafos crípticos para salvar a saúde de batistados e batistador, sem nunca deixar de ouvir o funcionário-cão que uivava sem cessar a abstinência de oss_anas, encostado ao Dono que perscrutava o bolso em demanda da sua idoneidade em tresmalho corrompida. Sem prejuízos sobre os cães, na corrente de Chacal cujo universo se estonteia entre penosas e verdes, e, estando embora fugidio e de laço inconivente, atreito está ao veneno do estar-como-está que ruge perante um cataclismo batistador e sem batistério legitimado.
 
O Porco (trangenericamente e de forma transgenerosa), inicialmente em reco-reco, acompanhava-me, cima a baixo, às águas do Maranhão, estava uma metamorfose permanente, lembro o alteio das suas badanas sorrindo diante dos Gerais. Receei que, clandestinamente, se tivesse submetido a uma cirurgia hermenêutica e me contemplasse através de um papel. Sacudiu-me o estertor do susto quando o situei em similar com a decrepitude das funções e até do perfunctório. Recordou-me o Porco a sua condição: tinha degenerado o Apêndice há milhares de anos, estava muito mais higiénico que eu, não lhe corriam pelos olhos outros canais que não fossem os canais de Amhersterdam onde uma Emília flutuava fora de toda a Roma.
 
O que é rude, sem complacência, é o desígnio. Como designar a maralha? Como designar cada um, quando sem Sociedade, sem Vara? Qual a obra – não maralhada – onde se ilumina a diferença? Estará o Porco sujeito à identidade da Vara? Estará a Vara sujeita à identidade que o possidente lhe atribuiu? Poderá um Porco, aos 80 anos, dirigir-se ao defunctório dos Transportes para comprar um bilhete de Saída? Sem Ida nem Volta? Pode um Porco abdicar com alegria e libido da Pocilga a que esteve remetido e onde se licenciou em Ser Viço?

 
alberto augusto miranda