03 outubro, 2002

maite dono em alcañices


 
mulher óssea, essencial
incendeio das rolas
maxime da prostração
 
ó amantíssima do teu futuro
ó suicida
 
na tua voz de branco em chamas
ardem as vaginas das impronunciadas
 
voa-te o vestido sem que se levante
a seda e a transparência do mistério
aberto nos teus olhos
 
sem pupila
radiantes de transe
 
beijo-te as mãos estranhas de deusa
que equilibras no frágil ar
na pequena cena de luz
no interior do osso, do estalo
 
Ali, Maite, alimenta-me
a morte quero-te
para não seres minha
 
 
alberto augusto miranda