22 novembro, 2001

Soror, a Morta


Soror, a Morta
em golfos paradinhos
sobre textura de couve
onde fossilinga a forte
menstruação do primeiro dia
 
está no desaparecido
sangue da violência da própria
anterioridade do corpo
do que nem era seu, a ferida
 
do Cavaleiro anterior
que derramou a neve
sobre o incêndio da Viva.
 
planícies insurgem e parecem
os lugares desta Morta
Só quando ruge o mar
se erguem velas ao desespero
 
sob promessa decapitante:
jurar desistir
jurar ser outros
 
ao primeiro assalto social
em direção aos corpos de fogo
filhos em chuva
 
 
alberto augusto miranda