E ESTE PAÍS AONDE CHEGAM É IMAGINÁRIO
porque há amores que são como países de imaginação
e essencialmente porque as mulheres vivem longe uma
da outra. A esta ilha, onde se fala o grande idioma
dos passarinhos, chegam, como rouxinóis delicadas
aéreas, desnudas e lindas. E fazem, sob cobertas e lençóis
entre muitos beijinhos, promessas mudas e elevadas
num tempo sem tempo, deus, escadas ou automóveis
como duas Pirras sem Deucalião a arremessar os sonhos
para trás, ou não mais que duas rainhas tortas.
Cada partícula deste país novo é o país inteiro e aqui
onde cachalotes flutuam num céu aquático
e onde aos pinotes vêm atrevidos os pardais debicar
o miolo ardente e suspenso dos medronhos
não existem portas nem a falta batente do punho
na matéria. A Ilha das Afeições não consta
na Enciclopédia Planetária das Ilhas. E se constasse
como grafariam os especialistas o testemunho
das formigas, dos cedros e dos galiões?
porque há amores que são como países de imaginação
e essencialmente porque as mulheres vivem longe uma
da outra. A esta ilha, onde se fala o grande idioma
dos passarinhos, chegam, como rouxinóis delicadas
aéreas, desnudas e lindas. E fazem, sob cobertas e lençóis
entre muitos beijinhos, promessas mudas e elevadas
num tempo sem tempo, deus, escadas ou automóveis
como duas Pirras sem Deucalião a arremessar os sonhos
para trás, ou não mais que duas rainhas tortas.
Cada partícula deste país novo é o país inteiro e aqui
onde cachalotes flutuam num céu aquático
e onde aos pinotes vêm atrevidos os pardais debicar
o miolo ardente e suspenso dos medronhos
não existem portas nem a falta batente do punho
na matéria. A Ilha das Afeições não consta
na Enciclopédia Planetária das Ilhas. E se constasse
como grafariam os especialistas o testemunho
das formigas, dos cedros e dos galiões?
Patrícia Lino