Mi perra corre por las calles escarbando la basura. Estamos en calor. La persigue media docena de perros que quiere su sangrecita. Los conductores paran y miran el espectáculo. Se olvidan de que existo. Observo desde la puerta cómo se queda unida a un macho casi el doble de grande. Voy a echarles agua helada para despegarlos.
Mi cuerpo es un cactus restregándose en la arena.
A minha cadela corre pelas ruas esgaravatando o lixo. Estamos no calor. É perseguida por meia dúzia de cães que querem a sua cabidela. Os condutores param e assistem ao espetáculo. Esquecem-se que existo. Da porta observo como ela fica presa a um macho quase duas vezes maior. Vou deitar-lhes água gelada para os descolar.
O meu corpo é um cato a roçar-se na areia.
La niña inválida me cosió las caderas a su silla de ruedas. Me hace depilar las cejas de sus barbies, me obliga a cantarle canciones mutiladas que devora en el aire. Me ha cortado las uñas desde la raíz. Me hace cambiarle sus pañales. Beber de su veneno.
Soy la niña inválida.
Soy su silla de ruedas.
A criança inválida coseu as minhas ancas à sua cadeira de rodas. Faz-me depilar as sobrancelhas das suas barbies, obriga-me a cantar músicas mutiladas que devora no ar. Cortou-me as unhas até ao sabugo. Faz-me mudar as suas fraldas. Beber do seu veneno.
Sou a menina inválida.
Sou a sua cadeira de rodas.
Mi cuerpo es un cactus restregándose en la arena.
A minha cadela corre pelas ruas esgaravatando o lixo. Estamos no calor. É perseguida por meia dúzia de cães que querem a sua cabidela. Os condutores param e assistem ao espetáculo. Esquecem-se que existo. Da porta observo como ela fica presa a um macho quase duas vezes maior. Vou deitar-lhes água gelada para os descolar.
O meu corpo é um cato a roçar-se na areia.
La niña inválida me cosió las caderas a su silla de ruedas. Me hace depilar las cejas de sus barbies, me obliga a cantarle canciones mutiladas que devora en el aire. Me ha cortado las uñas desde la raíz. Me hace cambiarle sus pañales. Beber de su veneno.
Soy la niña inválida.
Soy su silla de ruedas.
A criança inválida coseu as minhas ancas à sua cadeira de rodas. Faz-me depilar as sobrancelhas das suas barbies, obriga-me a cantar músicas mutiladas que devora no ar. Cortou-me as unhas até ao sabugo. Faz-me mudar as suas fraldas. Beber do seu veneno.
Sou a menina inválida.
Sou a sua cadeira de rodas.
Michael Benítez Ortiz