VIRGÍLIO LIQUITO
fechou a permanência no dia da GREVE GERAL
Pela infinitésima desvez, arrancou as vísceras aos palaferneiros do poder
e escreveu, em bronze,
que é como quem diz MERDA:
Trabalhai, fudeibos!
Tic — Coração — Tac — Intestino — Tic.
URROU. GANIU. ESCOICEOU.
E desfez-se do sevandija.
Desligou o fogão.
Desligou o país.
Desligou o pacto da obediência com a estreita carcaça do efémero.
Na sua lápide, escrever-se-á:
VIRGÍLIO LÍQUITO
EM GREVE GERAL.
FUDEIBOS!
TRABALHAI ATÉ QUE O BOI REBENTE.
Louvado seja o poeta que berrou o absurdo para dentro das cloacas do despautério,
onde a verdade se espreme, escorre, apodrece, renasce!
Metáforas intestinas;
de cálculos de rim-tim-tim.
Ouves? Esse rebanho momentaneamente desperto,
pendurou-se nas costelas do país
para não desabar no abismo que já lhes roía os calcanhares.
Ei... Ali vai ele... lá longe, no céu mal pago, a voar...
Vir-gí-li-oooooo...
(Ficamos de virgília.)
TROVÃO PENSIONISTA DAS ESTRELAS!
Que a noite te pague os retroactivos do Silêncio!
Que a eternidade te lamba com a sua língua morna!
(Sussurro.) Até logoooo, meu menino.
•
Fátima Vale
fechou a permanência no dia da GREVE GERAL
Pela infinitésima desvez, arrancou as vísceras aos palaferneiros do poder
e escreveu, em bronze,
que é como quem diz MERDA:
Trabalhai, fudeibos!
Tic — Coração — Tac — Intestino — Tic.
URROU. GANIU. ESCOICEOU.
E desfez-se do sevandija.
Desligou o fogão.
Desligou o país.
Desligou o pacto da obediência com a estreita carcaça do efémero.
Na sua lápide, escrever-se-á:
VIRGÍLIO LÍQUITO
EM GREVE GERAL.
FUDEIBOS!
TRABALHAI ATÉ QUE O BOI REBENTE.
Louvado seja o poeta que berrou o absurdo para dentro das cloacas do despautério,
onde a verdade se espreme, escorre, apodrece, renasce!
Metáforas intestinas;
de cálculos de rim-tim-tim.
Ouves? Esse rebanho momentaneamente desperto,
pendurou-se nas costelas do país
para não desabar no abismo que já lhes roía os calcanhares.
Ei... Ali vai ele... lá longe, no céu mal pago, a voar...
Vir-gí-li-oooooo...
(Ficamos de virgília.)
TROVÃO PENSIONISTA DAS ESTRELAS!
Que a noite te pague os retroactivos do Silêncio!
Que a eternidade te lamba com a sua língua morna!
(Sussurro.) Até logoooo, meu menino.
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Fátima Vale