17 fevereiro, 2001

solfeja a nicância


solfeja a nicância
põe as mãos
 
cerra os olhos, vê
deus pela janela da monja
 
podes a vociferação
encontra o Belo
 
e o frio do dia em morte
porta que se devagar fecha
som mesmo, outro som
 
assobio pequenino
remontando ao furioso
violino pagânico de Ana a tocar
no esquecimento
 
bronze continuando o gosto.
o ataque ao nascituro limite
no soltar a praga meloconfusa
todas as tessituras profissionais
amadoras do cerco
 
ferir, por comas, o agarro
a Virtu única, teu sofrimento
pendência de chegares
 
de corvo e pomba
como Lisboa em melhor
 
pedires ao nascituro
o permanente apetite nele,
a infinitude
 
 
alberto augusto miranda