20 janeiro, 2025

o voanço dos moskardos

  
Em ninho de cepas rugosas, no tear de gravilha 
deste repetido condomínio da areia e da arena,
o microscópio de varrimento não deteta vestígios de vinha. 
 
A sede é outra.
É a sede global de formação de dealers.
 
Além dos produtos tradicionais,
os formandos aprendem o marketing sustentável
para a venda de salvo-condutos de entrada direta
sem marcação 24 no meta-ambulatório.
 
No frontispício desta estabelecimento de referência,
pode ler-se: ”Bom vinho, sem álcool, a 350° celsius
de bombite para o espaço.
Inscreva-se.
Stagie aqui.
Rideau ridente. 
Parque de estacionamento para as tripas ao sol. 
 
A vertigem dos audientes em biquíni térmico
espera ainda que a américa, em bexigas de porco,
espalhe a última palha da eterna fogueira,
em forma de pira bucólica para parvos ocidentais
circunspectos aos coros da casa branca
dos noivados de impérios e crachás!
 
Estarão banqueiros e seus bancários
de um mundo sapateado de algoritmos
nas trincheiras dos próprios mitos
a quem a europa reza em todas as sacristias
das bolsas de valores?
 
O vil e biltre metal que lhes caracterizou a testa,
como ferros quentes a marcar a identidade de seu gado, 
na base das suas antenas! 
 
Cometas e cornetas, no seu alarde de mata angélica,
santificarão os peregrinos da obediência à Obediência,
forjando uma cápsula na dialética do isco e do anzol?
Canários, sim, amarelos, do nem sim nem não,
da semaforografia dos passadiços de gala com dali!
 
Aterrorizados ante vespas, buscaremos
o favo dos dias dos infiéis defuntos.


Aurelino Costa