Escreveria caso tivesse o estro da hora ou a semente aberta à vida,
Mas sobre mim aterra uma linha perpendicular ao destino que me ignora.
Como presentear uma carta a atravessar a mais doce canção de natal?
Solstício de palha doirada encandeia a sarna que se evapora deste tempo ignóbil!
Como surrupiar, a contento, este mergulho atroz de desesperança?
Sentam-se à mesa os convivas e dilatam uma circuncisão que só eles entendem de comestíveis de corpos e vidas.
Que excitante desejar novo ano!
Que excruciante pormenor tens da vida!
Não engendres a festa para lá do sudário que ladeia os famintos, os sem abrigo, os desgraçados!
Que contas prestarás no teu habitáculo de mesa posta em porcelanas?
Das procelas da vida os esgotos vomitam dejectos decorativos!
Todo o estro faliu.
No retábulo, o Restelo e um Velho!
Aurelino Costa
Mas sobre mim aterra uma linha perpendicular ao destino que me ignora.
Como presentear uma carta a atravessar a mais doce canção de natal?
Solstício de palha doirada encandeia a sarna que se evapora deste tempo ignóbil!
Como surrupiar, a contento, este mergulho atroz de desesperança?
Sentam-se à mesa os convivas e dilatam uma circuncisão que só eles entendem de comestíveis de corpos e vidas.
Que excitante desejar novo ano!
Que excruciante pormenor tens da vida!
Não engendres a festa para lá do sudário que ladeia os famintos, os sem abrigo, os desgraçados!
Que contas prestarás no teu habitáculo de mesa posta em porcelanas?
Das procelas da vida os esgotos vomitam dejectos decorativos!
Todo o estro faliu.
No retábulo, o Restelo e um Velho!
Aurelino Costa