é inverno
tens o rosto na doença de lembrar
a dor
de não sentires o que lembras
um bicho abrindo o escape das asas:
em polpa o bailado
cinzento e fugaz
onde a vulva não voa
e o pássaro não mexe
choro enorme
no estertor da neve
recolhida para escrever
o coração
tudo muito branco,
um sentido sem sentido
um vestido preto
um naipe de dentes
a ninguém
alberto augusto miranda
tens o rosto na doença de lembrar
a dor
de não sentires o que lembras
um bicho abrindo o escape das asas:
em polpa o bailado
cinzento e fugaz
onde a vulva não voa
e o pássaro não mexe
choro enorme
no estertor da neve
recolhida para escrever
o coração
tudo muito branco,
um sentido sem sentido
um vestido preto
um naipe de dentes
a ninguém
alberto augusto miranda