07 abril, 2024

ouvindo vach


Desde as Tourinhas da infância se me tornaram implacáveis as cidades sem vacas, ainda que os simulacros tenham campeado as baixas urbanas em fole de design - assim outras decalcadas verves, outras estrelas, outros céus que se simulacram para enchimento do vazio em que se encontram os vividos no condoimento, ausentes iguais da matéria palpitante.
 
No pouco terraço por onde se espreita, um arejamento batido pelo retorno e pela inocência, @s human@s desligam por instantes os poderosos softwares que os impedem e respiram-se. Mas já levam toalha quando entram nessa pequena praia de ondas cósmicas. Enxugam-se. Assim deles continuam fora.
 
A sensível olha-me com uma dignidade estarrecedora. Traz milhares de anos nesse jato espesso. Suas energias não se decapitam perante as burlescas charlas de conversão ao humano. Dela recebo a compaixão pelas mascaradas víricas.
 
A suite para violoncelo é esta vaca sentada ao órgão.
 
 
alberto augusto miranda