Uma mulher cantábrica enfia sua pequena agulha na tessitura agápica das flanelas comunitárias do Valadouro. Inflige uma adoba de relação como filtro de todos os passamentos que a atmosfera prodi-galiza. Vê a Cor na persona do peremptório corpo do paisano em silêncio, escapante de escapulário surripiado. Alguém arremete a sua escapulíria: “entre Vigo e Tui, o Porriño é um poema da Fiama”. Hoje, disse a organizadora, não ficamos aqui, neste Parque Inson, necessitamos de dormir sem povoamentos.
Pelo carreiro, um miúdo rapsodo patinou os telhados das convicções ascendentes e exauriu a sua névoa: “Ó avó, e eu? Como faço eu poeterapia? Também tenho de abrir um buraco na terra?”. Solipsista, a avó disse-lhe para seguir as instruções do flyer. Não percebeu o nino que a prosa dos workshops em promoção garantia o fracasso a todos os inscritos. Indagou no primo adulto: “Como se abre um buraco no ar?”. O primo, empestado de estatuto, desdenhou: “já está aberto, é o buraco de ozono”. Biodiversa, a criança alterou a direção e tocou na irmã adolescente: “Como se abre um buraco no fogo?” A irmã teve uma excitação calma: “Tenho um buraco e tem estado sempre aberto”. O infante resistente olhou para o mundo e soliloquiou: “Como se abre um buraco no mar?”. Sorriciente, o mundo desfraldou as suas Ilhas sem pró-ferir palavras.
alberto augusto miranda