Un ethnologue qui etudierait une societé tres eloignée des societés occidentales et qui laisserait de coté ces differents domaines mutilerait totalement ses enquêtes, tout le monde en conviendra. Or il en va de trieme de l'historien des societés européennes, et c'est pourquoi, dans mes travaux sur la culture medievale, je n'ai jamais separe ce qui appartenait a l'univers materiel de ce qui relevait du monde des croyances, des symboles ou des rives. Parmi mes predecesseurs, malheureusement, tous ne l'ont pas fait. Prisonniers d'un positivisme étroit, plusieurs ont même tourné en ridicule l'étude de certains documents pourtant particulierement riches d'informations. Ainsi, a propos de l'histoire des animaux, celle des bestiaires latins du Moyen Age, textes dont je suis specialiste. Voici ce que nous pouvons lire sous la plume de deux historiens des sciences, auteurs d'une histoire de la zoologie encore souvent citée longtemps apres sa parution :
Le Moyen Age est une periode sterile et decadente, en particulier au point de vue scientifique. Pour ce qui concerne la zoologie, it retient la plupart des fables absurdes de l'Antiquité, en invente d'autres et ne sait aucunement se livrer a des observations positives (...). Les balivernes que l’on rencontre dans les bestiaires montrent bien la credulité de ceux qui les écrivaient, les lisaient ou les propageaient I...]. Nous n'insisterons pas sur cette litterature qui relève davantage du folklore que de la Science.
Michel Pastoureau
Um etnólogo que estudasse uma sociedade distante das sociedades ocidentais e que deixasse de lado esses diferentes domínios mutilaria totalmente as suas investigações, todos concordarão. O mesmo vale para o historiador das sociedades europeias, e é por isso que, nos meus trabalhos sobre a cultura medieval, nunca separei o que pertencia ao universo material do que relevava do mundo das crenças, dos símbolos ou das margens. Infelizmente, nem todos os meus antecessores o fizeram. Prisioneiros de um positivismo estreito, muitos até ridicularizaram o estudo de alguns documentos particularmente ricos em informações. Portanto, sobre a história dos animais, a história dos bestiários latinos da Idade Média, textos dos quais sou especialista. Eis o que podemos ler na letra de dois historiadores das ciências, autores de uma história da zoologia ainda frequentemente citada muito tempo após a sua publicação:
A Idade Média é um período estéril e decadente, especialmente do ponto de vista científico. No que diz respeito à zoologia, retém a maior parte das fábulas absurdas da Antiguidade, inventa outras e não sabe de todo fazer observações positivas (...). Os disparates que se encontram nos bestiários mostram bem a credulidade daqueles que os escreveram, leram ou propagaram (..). Não vamos insistir nesta literatura que é mais do folclore do que da ciência.