27 dezembro, 2024

Morrer sempre também cansa!


Rastejar a penumbra
como quem jaz roído
pela côdea da memória
entorpecilhos os passos
se chamam de fora.
 
Pesado vagar em roço
pelo asfalto das brancas
rendições da submissáo à dureza
onde estaca o cavalo
absorto na ranhura, um destino
variando o bote em bot
o embotado duro
que dura, perdura.
 
o espelho do minguante quarto
homologa as escaras,
as escaravelhas de kafka
neste Fahrenheit 451, só a gravilha ouve
como não se respira
 
JGF, Morrer sempre também cansa!
 
 
Aurelino Costa